terça-feira, 2 de junho de 2009

Villa Iracema: de pé até quando?

Por Madalena Fernandes
mmfm@uai.com.br

A recente demolição de um casarão de 1940, trouxe à tona a discussão sobre a preservação do patrimônio cultural. A cidade conta com 161 bens tombados pela Prefeitura, entre eles a Villa Iracema, na rua Espírito Santo. Construído pela Companhia Industrial e Construtora Pantaleone Arcuri, em 1914, o solar é hoje propriedade do Instituto Oncológico/Hospital 9 de Julho .

Os sinais de descaso e do abandono do bem são provas das dificuldades do Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural (Comppac) como órgão fiscalizador e gestor da conservação dos bens da cidade. Segundo o diretor de Divisão de Patrimônio Cultural da Funalfa, Paulo Gawryszewski, após inúmeras notificações do órgão, determinando a preservação do imóvel, um processo judicial foi instaurado e ainda está em tramitação.

O diretor do Instituto Oncológico/Hospital 9 de Julho, Olamir Rossani Júnior, informou que há planos de restaurar o casarão e transformá-lo em um centro cultural-científico, sem, no entanto, precisar datas para o início das obras.

Histórias da Villa

A primeira proprietária do solar foi Olympia Peixoto, portuguesa enriquecida residente na cidade e que deu ao imóvel o nome de Villa Olympia. Mais tarde, foi vendido para o casal José Raphael e Iracema de Souza Antunes e passou a ser chamado de Villa Iracema. Curiosamente, foi a primeira residência em Juiz de Fora com piscina desde sua construção.
A edificação em estilo Art Nouveau representa um dos edifícios mais significativos da cidade e ocupa posição de destaque na memória popular. Há 30 anos proprietário de uma banca de jornais e revistas na calçada do imóvel, Walter Leite lamenta o abandono e se recorda do tempo em que o casarão “tinha vida” e era palco de bailes para a família e amigos íntimos, promovidos pela família Souza Antunes, aos sábados. Do “passado negro” do solar, ele conta ouvir do avô que a casa foi perdida na mesa de jogo por um antigo proprietário, um barão do café.

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