segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Foi no contexto do sistema informatizado de cobrança em uma boate da cidade, que a estudante Fernanda*, 21 anos, e a irmã dela, Fabiana*, 23, relataram ter passado por um acontecimento constrangedor. Em um sábado, as irmãs ganharam convites vip´s para a noite da casa. Então pagariam apenas pelo consumo. Segundo elas, durante a noite, tomaram duas cervejas e uma água, e garantem que os cartões magnéticos só saíram de seus bolsos nos momentos dessas compras.


Na hora de pagar o valor consumido no caixa, duas vodcas estavam registradas no sistema, somando R$15 à conta. Logo contestaram ao gerente da boate, que alegou que o sistema é seguro. Segundo as irmãs, depois de insistirem, o funcionário liberou o pagamento das bebidas que não consumiram. "Ele disse que ia confiar na nossa boa fé, mas se acontecesse de novo ia começar a desconfiar da gente. Ele sugeriu que estávamos roubando", conta Fernanda.


O Super Panóptico entrou em contato com a assessoria de comunicação da boate. O gerente, Daniel*, identificou a situação de Fernanda e Fabiana, e justificou que jamais teria demonstrado desconfiança às clientes. Além disso, ele comenta que algo comum pode ter ocorrido: mesa grande. Segundo o funcionário, algumas vezes grupos de amigos fazem um revezamento dos cartões de consumação durante a noite, para as despesas não pesarem no bolso de uma pessoa só. Nesse troca-troca, ele sugere que as meninas podem ter tido suas vezes no pagamento da conta do grupo. O gerente aconselha que cada um tenha responsabilidade sobre seu cartão.


"Já alertei aos garçons para receberem o cartão de cada pessoa, para o consumo daquela pessoa, para não acontecer mais isso", comenta. Daniel também afirma que os funcionários estão preparados para registrarem visualmente os rostos e nomes dos clientes, para que situações embaraçosas em relação ao consumo sejam mais bem resolvidas.


De acordo com o superintendente do Procon de Juiz de Fora, Eduardo Schroder, o Código de Defesa do Consumidor diz que, quando o estabelecimento coloca seus produtos e serviços no mercado, o risco da atividade é dele. O superintendente aconselha aos jovens que passarem pela situação de serem cobrados por itens que não foram consumidos que chamem a polícia a fim de registrar um Boletim de Ocorrência, e que depois abram uma reclamação no Procon. Em Juiz de Fora, o telefone do Procon é o 156.

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