quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Voto: O Direito que se transformou em Dever

Leamir Marçal
lbmarcal@hotmail.com

Estamos às vésperas de mais uma eleição municipal. Boa parcela dos eleitores, principalmente os que andam desiludidos com a maioria dos políticos, perguntam-se o porquê da obrigatoriedade do voto. Não deveria ser um direito já que estamos num regime democrático? Votar afinal é um direito ou um dever?

Para ser direito deve ser exercitado com liberdade e não um dever ameaçado com punições e multas na forma da lei quando não cumprido. Que direito é este que acarreta ao eleitor tantas penalidades quando não comparece às urnas para exercer sua vontade em escolher seus representantes. Num país em que a forma de governo é a democracia esse voto não teria de ser facultativo para maiores de 18 anos?

Os defensores do dever de votar justificam que se não houvesse esta obrigatoriedade metade dos eleitores não compareceria às urnas, não participariam da vida política do país.

A obrigatoriedade de votar não cria a consciência política e nem faz com que o cidadão seja responsável pelo rumo político de seu país. Afinal ninguém gosta de ser obrigado a fazer algo que deveria se encarado como um direito O eleitor obrigado ir às urnas, na maioria, desinteressado, contrariado, acaba por não atribuir ao voto o verdadeiro valor que ele tem.

O voto foi um direito conquistado pelo povo que foi às ruas, exigindo “Diretas Já”. Obrigar o cidadão a votar fere este legitimo direito que tanto empenhamos para conseguir.

Nós brasileiros não lutamos para adquirir um dever. Lutamos sim, para ter o direito de participar da seleção daqueles que achamos merecedores de nossa confiança para dirigir nosso país, nossa cidade. Sendo assim, não se justifica este direito ter se transformado em um dever imposto por leis.

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