Debate em meio à crise

Guilherme Nalon
guilhermequeiros.nalon@gmail.com


A última edição da revista Veja traz a imagem do presidente americano Barack Obama estampada na capa .A reportagem , de André Petry , começa dizendo que em um sábado , dia sete de março, um grupo de americanos de classe média reuniu-se num parque de Lafayette, no estado de Louisiana , para protestar contra a “ agenda socialista ” do presidente Barack Obama . Segundo a matéria , os manifestantes fizeram discursos contra a torrente de dinheiro público usada para salvar empresas e bancos ,ergueram cartazes em que os democratas eram chamados de “ comunistas ” e a imagem de Obama aparecia decorada com foice e martelo, o símbolo dos partidos comunistas. A reportagem diz que o assunto virou capa de revista e está no pára-choque dos carros na forma de adesivos que saúdam o presidente como “camarada Obama” e o país como “União dos Estados Socialistas da América .”

Segundo Veja , o governo resiste à estatização e nega que estude a idéia, e em entrevista aos repórteres do New York Times , Obama não levou muito a sério quando lhe perguntaram se era socialista , telefonando horas mais tarde para o jornal dizendo que custara a acreditar que a pergunta fosse para valer , e lembrou que a intervenção nos bancos não começou no seu governo. Ainda de acordo com Veja, a intervenção do governo americano seja despejando dinheiro na economia , ou ampliando a rede de proteção social aos mais humildes , seja estatizando os bancos , não resultará em nada que pareça com socialismo.Segundo o autor , no socialismo o estado intervém para excluir e eliminar o mercado , e no capitalismo , a intervenção o contempla , só ocorrendo para corrigir os defeitos onde o próprio mercado não conseguiu fazê-lo e, ainda de acordo com ele, é o que está sendo debatido nos Estados Unidos e nos países europeus , sobretudo na Inglaterra e Alemanha.