quinta-feira, 18 de junho de 2009

De quem é a culpa?

Gilberto Afonso
giltatoo@hotmail.com

Brigas, acidentes automobilísticos, assassinatos e outros inúmeros incidentes envolvendo jovens já não são considerados fatos apenas sociais. De cada três notícias relacionadas a violência ou colisões pelo menos uma envolve adolescentes da classe B ou A.

Há algum tempo, as emissoras de televisão Record, com seu “Domingo Espetacular”, e a Globo, com seu “Fantástico”, exibiram a mesma matéria, de uma garota de 16 anos que tomou a direção de um carro e em alta velocidade, ao sair da garagem de seu prédio, atropelou e arrastou por alguns metros uma idosa. Depois, colidiu o veículo no portão do prédio vizinho. A mãe da garota estava em um hospital e, visivelmente chocada, disse não entender por que a filha agiu dessa forma. Na mesma reportagem, uma tia permitiu que o sobrinho de 11 anos dirigisse o carro, sendo que o garoto, segundo informações policiais, não tinha altura suficiente para pisar no freio. O passeio transformou-se em uma tragédia envolvendo cinco pedestres.
Em Juiz de Fora, brigas constantes no bairro Alto dos Passos, especialmente nas quartas - feiras e fins de semana, há muito tiram o sossego dos moradores. Em festas populares como carnaval, Miss Gay e outras que são abertas ao público, brigas juvenis já se tornaram rotina.
A pergunta que não cala é: onde estão os pais que não percebem lesões em seus filhos, alterações de humor pelas drogas e outras mazelas?
Podem estar passando a mão na cabeça de suas proles, alheios aos acontecimentos, culpando professores e governos, sem tempo para conversar ou de braços cruzados, com a ideia equivocada de que uma hora eles se cansem ou aprendam com a vida. E aí, quando for tarde demais para tomar alguma atitude, promoverão passeatas pela paz com lágrimas nos olhos.

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