sábado, 4 de outubro de 2008

Realidade Virtual

por Rosemary Faustino

Quem costuma navegar na rede sabe que hoje em dia, com a difusão da Internet, existem várias maneiras de se conhecer alguém virtualmente, através de sites de encontros, salas de bate-papo, MSN (Messenger) ou Orkut.

Muitas pessoas passam as madrugadas, conversando com gente que nunca viram ou até nunca venham a conhecer de verdade, por falta de afinidades, coragem ou medo. Mas, o que difere o real do virtual nesse mundo de relações on line?

Nomes viram apelidos, mais conhecidos como “nicks” e para ganhar tempo, palavras são abreviadas. Pela Internet, é possível ser bonito, desinibido, conquistador ou qualquer outra coisa que se queira. Pode se mostrar do jeito que é, sem medo ou vergonha do que o outro vai pensar. E se não for aceito ou não gostar da conversa, pode simplesmente ignorar, sem se sentir culpado sobre aquilo que disse ou fez.

E quando o virtual vira real?
O relacionamento virtual possibilita as pessoas encontrarem alguém ou serem encontradas, visto que, se não fosse pela Internet nunca se conheceriam de verdade. O ideal é que a Internet seja usada apenas para um primeiro contato, para que depois a relação seja trazida para a realidade e o relacionamento possa então se tornar tão real quanto virtual.


Foi o que aconteceu com Verônica Sanches (foto), que começou a receber recados de Daniel através do fotolog de amigos em comuns. Ela não estava interessada em conhecê-lo e não fazia muita questão de conversar com aquele estranho. Porém, precisou fazer um trabalho de entrevista para a faculdade, e então resolveu conversar com Daniel que estava on line. Com isso, os dois começaram a se falar quase todos os dias. Daniel disse que viria para Juiz de Fora conhecer Verônica, mas ela não apostava em nenhum tipo de relacionamento com ele, só amizade virtual.
Um dia Daniel ligou para contar que já estava em Juiz de Fora. Verônica, sem saber o que fazer, foi buscá-lo na rodoviária e o levou para casa dela. “Como ele parecia ser uma boa pessoa e não conhecia nada, nem ninguém em Juiz de Fora, minha mãe disse que ele poderia ficar na minha casa”, conta Verônica.

Os dois se deram bem, e quando Daniel foi embora, disse que queria voltar a Juiz de Fora, mas não como amigo e perguntou se Verônica não queria namorar com ele. Ela negou o pedido dizendo que tudo era muito recente e que estava confusa. Quatro dias depois pelo MSN (menssenger), Verônica aceitou o pedido de namoro.

Durante dois anos foi assim, nos dia de semana eles se falavam pelo MSN e nos finais de semana se viam quando dava. “Deu muito certo, enquanto a saudade não sufocou, ela ajudou a aumentar a paixão, depois a distância sufocou o amor e ele morreu”, lembra Verônica.

Mundo Virtual
Segundo a psicóloga Marlene Pereira Martins, pesquisas recentes mostram que a solidão é uma das principais causas dessa nova forma de relacionamento. “As pessoas estão cada vez mais buscando esse tipo de relacionamento, por acharem que o mundo virtual é controlável e não cria riscos. Nele, você pode falar o que quiser e até criar personagens”. Experiências como essas, podem acabar isolando a pessoa do mundo real, causando um tipo de dependência. “Alguns deixam de cumprir com as suas obrigações como trabalhar e estudar para ficar na internet”, ressalta Marlene.

Marlene ainda dá algumas dicas de quais os cuidados se deve tomar como: conhecer bem a pessoa antes de encontrá-la e perguntar várias vezes a mesma coisa para ver se ela não cai em contradição.

Evitar dar telefones fixos, como o da sua casa ou do trabalho. Nunca passe dados ou informações com as quais a outra pessoa consiga te encontrar, saber onde mora ou que faz.

Avise para seus amigos ou familiares, aonde você vai e com quem vai se encontrar. E mesmo assim nunca vá sozinho, procure estar sempre acompanhado de amigos. Marque encontros em locais movimentados, como shoppings ou bares.

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