domingo, 5 de outubro de 2008

Exame de direção fica ainda mais rigoroso e caro

Por Guilherme Lagrotta

É aquela história. Você faz 18 anos e logo quer aprender a dirigir. Em Juiz de Fora, o desejo de aprender é o mesmo, mas conta com um diferencial. Aqui na cidade da Zona da Mata Mineira, o processo de habilitação para poder dirigir acabou se tornando tão famoso e difícil que o dinheiro que se gasta chega a ser absurdo, causando nos alunos, sejam eles jovens ou até os mais velhos, situações de extremo estresse e cansaço mental e físico.

Em alguns casos, alunos de diversas auto-escolas já chegaram a gastar em torno de R$2 mil e desistiram porque não tinham mais dinheiro e/ou estavam muito endividados. Reclamações chegam não só por causa do dinheiro ou do rigor que é utilizado no exame. Esse processo tão rigoroso, não corresponde a outros processos que acontecem em cidades vizinhas e em outros estados do País, o que deixa os alunos da cidade mais nervosos, levando-os a prestar exame em outra cidade, por ser mais simples e “fácil”.

Histórias e lendas são também comuns em Juiz de Fora. Depoimentos de pessoas que passaram por constrangimentos na hora de tirar sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação) não faltam.

A nova lei
Além de passar todo o estresse que os juizforanos passam, eles terão que gastar mais dinheiro. A partir do primeiro dia de janeiro do ano que vem, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) aprovou o aumento da carga horária dos cursos teóricos e práticos de 30 para 45 horas, e de 15 para 20 horas, respectivamente. É importante lembrar que essa nova lei só vale para pessoas que solicitarem a primeira CNH.

O Currículo do curso teórico sofreu as seguintes alterações: A nova grade dará ênfase aos motociclistas; para reforçar ainda mais a
Lei Seca, a idéia é dar aulas aos motoristas para conscientizá-los sobre os efeitos do álcool no organismo antes de assumir a direção de um veículo. A parte sobre Legislação de trânsito, que conta com 12 aulas atualmente, terá aumento de mais seis. Em direção defensiva, as oito aulas saltarão para 16.

Com o aumento da carga horária, o bolso dos alunos também será afetado. Acredita-se em um reajuste de R$100 a R$120 prevê o dono de uma auto-escola da cidade, Mário Tasso. “Não são grandes aumentos, só o necessário para nos adequarmos as leis. A pessoa precisa da habilitação e ela não vai deixar que esse pequeno aumento prejudique seu trabalho”, completa Mário Tasso.

É necessário planejamento
Depois de horas doadas, aprendendo a teoria e mais outras horas, aprendendo a prática, é chegada a hora do exame de direção. São avaliadas todas as suas ações dentro do carro, para saber se você realmente aprendeu. E às vezes com um detalhe a mais, a data de validade está vencendo e se você não passar terá que gastar muito dinheiro novamente.

O instrutor de uma auto-escola, Wanderson Luiz, diz que cada caso é um caso, algumas pessoas “amadurecem mais cedo para a direção” e outras precisam de mais aulas. “Se houver um planejamento do aluno desde o ato da matrícula na auto-escola, ele consegue fazer todo o exigido com folga e sem ficar muito nervoso”.

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