domingo, 14 de setembro de 2008

Acasos


por Flávia Cadinelli
Charge de Nicole Bello


"Fui prefeito por acaso, na verdade, sou radialista". Frase dita à Tribuna de Minas, no dia 12 de agosto, dois dias após soltura, pelo ex-petebista, ex-prefeito e ex-possível candidato a reeleição em Juiz de Fora.

O sobrenome Bejani entrou para a história, como o Collor, o Dantas, o Calheiros. Foram 73 dias de cadeia, levando em conta as duas prisões, por dez crimes cometidos, entre eles o envolvimento com R$1,2 milhão, depois de quase dois mandatos, totalizando cerca de 90 meses de administração na cidade, eleito pela última vez em 2004 com 137 mil e 410 votos. Após esses números ele chega à conclusão de que a Prefeitura foi um acaso.

Vídeos gravados, apreensões policiais, documentos. E ele bate o pé pela inocência. Foi tudo uma armação, conspiração, um acaso. E vai cobrar na justiça pelas duas vezes que foi um encarcerado, além de pedir um habeas corpus preventivo para evitar os banhos
de sol a uma nova visita ao xadrez.
Agora pode é visitar tranqüilo o shopping juizforano em uma tarde de sol com a família. Uma nova vida, novas idéias, sem preocupações. Pretende voltar a ser radialista. Quem sabe não começa uma carreira como jornalista por acaso? Para fiscalizar o novo prefeito e divulgar números volumosos de políticos corruptos que são eleitos com 137 mil e 410 votos, administram por 90 meses, são acusados por dez crimes, passam 73 dias na cadeia... Ou melhor: "Não se assustem se daqui a dois anos vocês virem por aí cartazes com o meu nome como candidato ao governo do estado", disse Bejani. Nada a declarar. São apenas acasos.

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