Crise Política gera incerteza para eleitores de Juiz de Fora

por Felipe Mussel
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As eleições municipais estão próximas, e os candidatos a uma vaga, tanto na Câmara de Vereadores quanto nas prefeituras, já deram largada a esta corrida, principalmente agora que a campanha toma grandes proporções de abrangência, com o inicio da propaganda eleitoral de radio e televisão. Contudo, com o desfecho da Operação Pasárgada, realizada pela Polícia Federal que levou a prisão do então prefeito de Juiz de Fora Alberto Bejani, os eleitores entraram e um estado de alerta, ou até de total descrença no processo político. A crise política sem fim e sem precedentes sugere algumas reflexões sobre o problema da ética na política.

Segundo o professor de ética e coordenador do curso de filosofia do CES-JF, Miguel Ângelo Guimarães Juliano, a ética da política não é a mesma ética da vida pessoal. “É claro que existem princípios gerais, como não matar ou não roubar, mas entre a ética pessoal e a ética política há uma diferença básica: na vida pessoal deve-se esperar que cada indivíduo aja de acordo com o que Max Weber chamou de ética da convicção, ou seja, a ética dos princípios morais aceitos em cada sociedade, já na política prevalece a ética da responsabilidade”.

A ética da responsabilidade leva em consideração as conseqüências das decisões que o político adota. Em muitas ocasiões, ele é obrigado a fazer escolhas que envolvem meios não muito nobres para alcançar os objetivos públicos. O político deve agir de acordo com a ética da responsabilidade, porque essa é a única ética compatível com o espírito republicano. Um grande número de políticos, porém, não age de acordo com ela. Muitos têm atitudes, no mínimo, moralmente contestáveis como temos visto nesta crise.

É preciso que o eleitor tome conhecimento de todo o processo eleitoral e se interesse em saber o passado de seus candidatos. O cidadão que pensa estar imune a corrupção que acontece nas esferas publicas, está fazendo política pública a favor do medo e da descrença. É importante que se perceba que todas as decisões políticas tomadas vão interferir diretamente no cotidiano.