domingo, 14 de setembro de 2008

O consumo do chá verde pode ser uma faca de dois gumes


texto e foto de Caroline Farinazzo
lorahfarinazzo@ig.com.br

A busca pela qualidade de vida e pelo bem estar é uma das principais preocupações na atualidade. Dentro de inúmeras opções, o chá verde é uma das mais procuradas, mas apenas aquele feito das folhas de Camellia sinensis pode ser considerado o original.

O produto é vendido em sache, com baixa concentração do princípio ativo. Mas também pode ser achado em cápsulas, contendo uma dose altíssima do mesmo princípio - o que pode interferir na qualidade do sono e na pressão arterial.

A nutricionista Carla Valéria diz: “O chá verde é indicado na diminuição do peso corporal ou para evitar seu aumento, no controle dos níveis séricos de lipídeos, na diminuição do apetite, na prevenção da doença cardiovascular, câncer, infecções virais e bacterianas e na cárie dental. Está contra-indicado para quem é hipersensível, gestantes e mulheres que amamentam. Deve ser usado com cautela em indivíduos com história de sangramentos e/ou desordens hemostáticas.”

Os efeitos do chá verde dependem do organismo de cada um

A estudante Camila Venzel, 23, consumia o chá freqüentemente devido aos resultados revigorantes que sentia após ingerir a bebida. Apesar do gosto amargo, Camila é mais uma das tantas mulheres que buscavam no chá a sensação de disposição e bem estar. Mas, ao contrário dela, muitas pessoas não sentem os mesmos benefícios.

“Me sinto um pouco frustrada pois, o chá funciona pra tanta gente e acho que sou a única que tomou e não deu certo.” Essa frase é de Rejane Oliveira, 46. Além de não notar bons resultados, ela garante que após beber o chá verde tinha fortes crises de labirintite. Ao ser indagada sobre esse efeito, a nutricionista Carla Valéria disse que “Sim, isso pode ocorrer em pessoas que já apresentam uma predisposição à labirintite e que usem doses elevadas da bebida, devido à presença de cafeína entre os seus componentes.”.

Dicas úteis para o uso do chá verde

Para evitar problemas com a saúde é fundamental buscar uma orientação profissional. Existem diversas recomendações para quem faz uso do chá verde.
Preste atenção em algumas precauções a serem tomadas:
- ingerir a quantidade adequada de acordo com orientação profissional, guardá-lo bem acondicionado em local fresco e seco e, na hora do preparo, passar água fervente no bule e nas xícaras;
- apesar do gosto amargo da bebida, não adicione açúcar ou qualquer outro adoçante, pois isso prejudica o poder de desintoxicação do chá;
- deve-se também ter cuidado com a procedência do chá, como recomenda a nutricionista Nádia Costa. “É recomendado que se compre o produto de empresas registradas na ANVISA. Muita atenção para as bancas de ervas presentes nas ruas, pois as mesmas ficam expostas a diversas temperaturas e sem proteção adequada contra contaminação de microorganismos e não se tem a garantia de higiene no momento da embalagem.”

Outra observação importante, feita pela nutricionista Carla Valéria, destaca a importância de ressaltar os aspectos de toxidade e segurança da planta. Ela diz que nas doses recomendadas de dieta com o uso do chá verde, não se observa toxicidade. A dose usual é de 300 a 400 mg de polifenóis equivalente a 600 a 800 mg do extrato padronizado a 50%.

A superdosagem ocorre com doses administradas equivalentes a 300 mg de cafeína ou cinco xícaras de chá (bebida), suas manifestações são insônia, tremores, reflexos de excitabilidade exacerbados. Os primeiros sinais de intoxicação são vômitos e espasmos abdominais. Intoxicação letal não ocorre na administração da forma de chá.

Os benefícios do chá verde são comprovados cientificamente

A nutricionista Carla Valéria fala sobre as pesquisas recentes a respeito do chá verde. Os estudos indicam que o potencial antioxidante da bebida está associado com a combinação de anéis aromáticos e grupos hidroxil, resultando na neutralidade de radicais livres. O potencial termogênico do chá verde indica uma ação sinérgica entre cafeína e as catequinas o que estimula a termogênese. Estes estudos são baseados em animais. Para mais informações, confira:

"Atualidade Científica", Efeitos do Chá Verde sobre o crescimento, utilização dos alimentos e metabolismo de lipídios em ratos. Sayama K, Lin S, Zheng G, Oguni I.
Departamento de Ciência Animal, Faculdade de Agricultura, Universidade Shizuoka, Japão. In Vivo 2000 Jul-Aug;14(4):481-4

Também, segundo o portal de medicina
www.sitemedico.com.br, no ano passado, cientistas do Laboratório Mitsui, no Japão, submeteram 60 mulheres obesas a uma dieta de 1.800 calorias. Metade delas tomou uma cápsula com o extrato do chá verde após as refeições. A outra metade engoliu uma cápsula falsa, cheia de água. Após 15 dias de regime, o grupo que consumiu o extrato tinha perdido, em média, o dobro do peso. A suspeita dos cientistas era de que o chá verde diminuiria a absorção dos carboidratos.

CONTRA O CÂNCER: O chá verde contém uma substância conhecida pela sigla EGCG, que tem sido muito badalada. Ela é capaz de barrar uma enzima, a quinol-oxidase, que estimula o crescimento das células cancerosas – especialmente as de intestino, esôfago, pulmão, mama e pele.

OUTROS BENEFÍCIOS: diminui colesterol, reforça os vasos sangüíneos, favorece o coração, é antiinflamatório, normaliza a função da tireóide, ajuda na regeneração da pele, aumenta a energia, é antidepressivo, ajuda a curar doenças do fígado, tem efeito antigripal no caso de consumo prolongado, inibe a formação de pedra na vesícula e nos rins, como tem flúor, previne as cáries, fornece boas doses de vitaminas e sais minerais, retarda o envelhecimento, por ser antioxidante e tem efeitos anticancerígenos.


Existem diversos fóruns de discussão sobre o assunto. No Orkut, várias comunidades destinadas aos consumidores do chá verde foram criadas. Conheça as maiores em números de usuários:

Admiradores do chá verde
Green Tea – Chá Verde

Confira a matéria do
Jornal Hoje (Rede Globo) sobre esse tema:

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