domingo, 14 de setembro de 2008

Saltando para a modernidade

No mundo contemporâneo que prioriza a vida urbana uma nova atividade se destaca nas ruas das grandes cidades

por Danielle Nunes Batitucci



Carros, muros, pontes e escadas. Obstáculos para alguns, desafios para outros. O Le Parkour tornou-se uma aventura urbana. Ainda que a origem seja controversa no que diz respeito à autoria, é fato que foi através do francês David Belle que a prática se popularizou, e ganhou o mundo.

Diferente da idéia de algumas artes marciais, que o competidor procura se preparar para a luta, no parkour (ou percurso em português) a pessoa é treinada para a fuga. E não existe competição. A não ser contra si própria, seus medos e suas limitações. No Parkour o praticante procura se superar através da execução de movimentos cada vez mais perfeitos e com maiores dificuldades.
Mas, muito mais do que pulos e aterrissagens a atividade requer equilíbrio e consciência dos perigos. É preciso muito treino para realizar os movimentos com precisão, mas principalmente sem se arriscar.

Em Juiz de Fora, existe um grupo que treina o Parkour rigorosamente todas as segundas e quartas.

A Prática

Traceur, como é chamado o praticante da atividade, Michael Santos destaca o que lhe atraiu no exercício “O Parkour me conquistou como praticante pela variedade de opções de treinos. O que permite em um mesmo local um número muito grande de possibilidades de movimentos com vários níveis de dificuldade, permitindo praticantes avançados e iniciantes treinarem juntos. Coisa que em raras praticas é possível”.

Como além de traceur Michael também é professor de Educação Física, ele enumera as características que fazem da prática um exercício completo. “No parkour trabalha-se tanto a parte física quanto a psicológica. É preciso ter força, resistência, flexibilidade, velocidade, coordenação, atenção, concentração, raciocínio e muito mais”.

Um Alerta à Saúde

Ainda que o parkour seja a nova sensação nas atividades físicas, é preciso tomar alguns cuidados em relação ao corpo. O fisioterapeuta Cláudio Calmon alerta os praticantes em relação a esses perigos “O joelho é o mais prejudicado por causa dos atritos. É preciso que os praticantes procurem conservar as articulações”.

Os traceurs apontam que o rolamento após os saltos é uma das medidas usadas para diminuição desse impacto. O fisioterapeuta lembra ainda dos efeitos posteriores da prática “O corpo humano é como uma máquina que vai se desgastando. Talvez agora os jovens não sintam as dificuldades, mas sem o devido cuidado, o parkour pode antecipar desgastes que seriam característicos dos idosos, por exemplo”.

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